Um relance apenas é o suficiente. Uma fresta para escancarar toda a
fragilidade de uma vida, de uma representação. Uma luz para iluminar o obscuro
da estrutura. É que o que eu via era somente uma claridade que percebi estar
além de mim. O que eu sentia descobri ser a esperança de algo que imaginava já
concreto. Em minhas mãos desfizeram-se os laços lapidados lentamente e nos meus
olhos empalideceram todas as cores que já brilhavam. Sufoquei, em minha boca, as palavras antes
ditas e neguei a simplicidade que já havia assumido. Agora volto atrás no tempo
das coisas e digo que não. Não dou conta de mim. Não dou conta de existir em
tudo que eu sou.
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