quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Às vezes... não

Às vezes árvore. É só dela que necessito. Com sua rigidez e com suas raízes. Com seus alcances já definidos. Com sua imobilidade característica e com suas certezas tão coerentes. Às vezes Deus. Carregar-me-ia em seus braços e me diria para onde ir, o que fazer, onde pisar, como não proceder. Só que às vezes não, nada disso. Nego esse Deus e abdico da firmeza que encontro na árvore. Não quero a definição e nem o possível. Quero que os meus traços se percam e não vejam limites. Quero que Deus se desculpe por sua arrogância e autoritarismo e que todos percebam a ilusão que nós mesmos criamos. Quero voar com o meu corpo impossível e dar vazão às conexões explodindo. Deus não existe. A árvore também não.

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