terça-feira, 27 de novembro de 2012

Do que escrevi


Eu fui feliz. Durante todo o seu desenvolvimento. Eu fui feliz nas suas deixas e contornos. Deixei sorrir o que em mim estava pronto. Eu permiti que os meus dedos se agitassem levemente nos seus traços. Eu dei vazão a tudo aquilo que se fez brilhante. Eu fui feliz. A cada nova frase algo em mim se agitava. A cada pensamento eu transbordava do meu corpo. Cada atravessamento transgredia o seu percurso e cada obstáculo me dizia algo novo. No seu papel me vi reproduzida. Reproduzi-me de novo e de novo. Eu vi que a escrita liberta do vazio e para o vazio ela se volta sem pudor. Eu fui feliz. Eu sonhei alto e fui feliz devagarinho.

Um comentário: