quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Você deveria viver mais, aproveitar mais, me disseram. Repliquei sem pestanejar: Mas de que vida fala você? O que você entende por aproveitá-la? Como poderá saber se, de fato, não sinto toda a vida intensamente pulsando a cada segundo da minha existência? O que te leva a julgar que não posso, dentro mesmo do meu quarto, no interior de cada linha dos meus livros, alcançar as sensações mais sublimes e inteiras, me sentir muito mais excitada e entusiasmada do que você jamais poderia? E, no entanto, de que vida falo eu? O que eu entendo por aproveitá-la? Como posso saber se, de fato, não me perco no escuro e sinto apenas sensações de segunda mão? O que me leva a julgar que posso nas linhas mal lidas dos meus livros me sentir para além do que elas me propõem? É, quem sabe eu devesse viver mais...

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