sábado, 17 de março de 2012

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O que será que de mim fica nos lençóis, nos copos, nas paredes? O que será que em mim deixa rastros finos, fortes, densos? Como será que nos outros eu apareço, desapareço? De que forma será que os meus sons são ligados aos sons alheios? Por que será que, de tudo o que há, sobra sempre uma porção do que não pude perceber?  Por que será que, do que não pude perceber, fica sempre uma sensação de incompletude e desilusão? No que será que se sustenta os meus discursos? No que será que fundamentalmente me baseio quando falo? Qual será o cheiro que não percebo e que inevitavelmente exalo? Qual será a sensação que têm aqueles que me contemplam? O que será que a minha presença desencadeia? Qual será o motivo que me leva a indagar incessantemente com a certeza de não obter respostas? Qual será o impacto que simples linhas podem provocar em quem as lê? Qual será o impacto e a influência de mim sobre mim mesma?

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