O
que será que de mim fica nos lençóis, nos copos, nas paredes? O que será que em
mim deixa rastros finos, fortes, densos? Como será que nos outros eu apareço,
desapareço? De que forma será que os meus sons são ligados aos sons alheios?
Por que será que, de tudo o que há, sobra sempre uma porção do que não pude
perceber? Por que será que, do que não
pude perceber, fica sempre uma sensação de incompletude e desilusão? No que
será que se sustenta os meus discursos? No que será que fundamentalmente me
baseio quando falo? Qual será o cheiro que não percebo e que inevitavelmente
exalo? Qual será a sensação que têm aqueles que me contemplam? O que será que a
minha presença desencadeia? Qual será o motivo que me leva a indagar
incessantemente com a certeza de não obter respostas? Qual será o impacto que
simples linhas podem provocar em quem as lê? Qual será o impacto e a influência
de mim sobre mim mesma?
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