Emudecer
para sempre é o que eu queria para hoje. Talvez quem sabe se meus músculos
pudessem enrijecer e me poupassem os movimentos. Meus olhos estariam fixos num
só ponto irrelevante que me serviria de consolo.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
04:10
O corpo avisa, o corpo sabe. Faz bem quando dói? Dói quando faz bem? O corpo mira, o corpo invade. Dissemina o impossível e dá as cores da verdade. Qual verdade? Qual metade? Implosão dentro do peito, confusão esparramada, dilacera o que não cabe. O corpo inspira, o corpo arde. Arde corpo afora, arde porque arde. Mastiga a impaciência e vomita a ansiedade. Dá um fim a esse combate. Tritura a insegurança. Deixe que tudo desabe. Eu não sei, eu só sei que o corpo sabe.
sábado, 14 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
O
castelo que foi construído na ilusão e que ganhou concretude nas mentiras
desaba ao se deparar com a realidade. Então a verdade destrói o que não
existia. Mas isso que não existiu participou ativamente, solidamente, da
lapidação e do refinamento das minhas convicções, das minhas atitudes. Isso que
não existiu foi influência essencial para minhas escolhas e, consequentemente,
para minhas conquistas e derrotas. Isso que não existiu foi a razão para várias
noites de insônia que resultaram em decisões ou em várias outras noites de
insônia. Isso que não existiu me fez ver outras coisas que também não existiam,
me fez fechar os olhos para imagens que existiam. Isso que não existiu tomou
conta de mim, fez de mim o que sou e, sendo assim, formou um pouco de cada um
que está a minha volta. Só posso concluir desse devaneio que, ou ninguém existe
de verdade ou o que não existe, existe de fato. Só para constar, conclusões não
concluem nada e um ponto final é apenas uma idealização.
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