domingo, 24 de fevereiro de 2013

É assim tão de repente, em uma gota que escorre pela porta. Os meus olhos se invertem, o meu corpo me adormece. É assim tão de repente, é uma fresta na janela e as minhas mãos me negam qualquer esforço. Tomo consciência desse piso, que é tão duro, tão escuro. Que é tão frio. É solidão os pelos no meu corpo. É solidão os meus passos leves e apressados. É solidão a minha boca imóvel e triste. É solidão quando o corpo não encontra abrigo. É solidão quando não há lugar que faça tudo se acalmar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Hoje, se eu pudesse, me jogaria em uma piscina, me jogaria em um rio, em um lago, em um mar. Hoje, se eu pudesse, eu me afundaria em águas calmas, mergulharia fundo em algum lugar quieto. E quando eu nadasse os meus movimentos causariam alguma mudança de rota, algum desvio impensado. Os meus cabelos estariam por toda parte, o meu corpo estaria por toda parte. Na minha pele a água viria de manso, de leve. Reinventaria, a cada mergulho, uma imensidão de células e de cores, uma imensidão de sonhos e de temores. Na água me abandonaria sem medo e sem dor. E a minha respiração contida seria testemunha de um corpo livre, de uma água limpa, de um corpo-água.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Das sete cores

Quando sete cores invadem o céu tudo se move lentamente. Deixo para depois as distrações e envolvimentos e tudo que importa é a luz, é o brilho colorido. Quando sete cores invadem o céu o infinito explode suavemente e cada nuvem que contemplo é testemunha de um sorriso. Já todas quase pálidas se despedem docemente. Vão embora da minha janela e me deixam encantada, colorida. Vão embora da minha janela e me deixam suavizada.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Entre o sempre e o nunca existe um laço invisível. Há uma voz que grita muda, de um silêncio tão sensível, de uma cor quase pulsante. Entre o sempre e o nunca existe um corpo transparente, um infinito quase triste, infinidade de palavras soltas pelo vento...