Às vezes é melhor cortar o que faz mal. Deixar brotar em outro lugar.
Deixar que os olhos não enxerguem o que por eles se desfaz. Às vezes é melhor
cortar o que faz mal e desdenhar da dor que na pele fez seu ninho, que nos
pelos se instaurou. É melhor deixar que um ponto se espalhe e se afugente em
uma eterna dança sem sabor. Em um eterno sem saber fazer. Às vezes é melhor
cortar o mal pela raiz e a impregnar de todos os dedos, de todas as aspas e
vírgulas que um dia te rasgou. É que às vezes é melhor ignorar o peito aberto e
já queimado e deixar que o que faz mal se espalhe a ponto de perdermos seu
alcance, de perdermos seu valor