domingo, 23 de dezembro de 2012

E no que me diz respeito eu abdico. Quero me desfazer dessas ondas apertadas, quero deixar que o vento leve no seu passeio as minhas marcas. Eu quero que tudo acabe se assim me for possível. Quero que tudo volte de uma forma inconseqüente e machucada e que tire de mim esse sonho já vivido. Um cansaço já dito e repetido. Um sorriso já solto e inexpressivo. Que o tempo me permita. Que as luzes não me afoguem. Que os sons não me afugentem. Nem que seja com dor e com lamentos. Que eu mesma me permita.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Um dia como outro qualquer e do céu se desprendiam partículas azuis. No céu eu me perdia e voava colorida. Voava em preto e branco. Voava transparente. Um dia tão comum e no chão a gente via as folhas e as flores dançando lentamente. As gotas de chuva embebedando as árvores e as curvando suavemente. O vento já cansado desistia da sua luta e balançava sem pressa o próprio corpo. Envolvia em seu abraço a minha pele, os meus cabelos. Era uma tarde meio azul e meio cinza e as nuvens caminhavam bem depressa. Era uma tarde meio azul e meio cinza e os meus olhos agitados se acalmavam quando viam que no céu eles podiam sem nenhum tipo de dor se demorar em cada forma que as nuvens, encantadas, produziam sem saber.