sábado, 14 de junho de 2014

Era um corpo ainda feto, nem nascido, inacabado. Era um corpo esparramado pela cama, pelo teto, pelo quarto. Era um corpo meio vivo, que crescia, que brotava. Um corpo todo remendado, que agregava, transgredia. E era um corpo que sentia, que sabia, interrogava. Um corpo meio amolecido, endurecido, um emaranhado. E era esse corpo infinito, expandido, atravessado. E uma pergunta, lá de longe, insistia em acontecer: “Com quantas palavras se faz um corpo?”.