Era um corpo ainda feto, nem nascido, inacabado. Era um corpo
esparramado pela cama, pelo teto, pelo quarto. Era um corpo meio vivo, que
crescia, que brotava. Um corpo todo remendado, que agregava, transgredia. E era
um corpo que sentia, que sabia, interrogava. Um corpo meio amolecido,
endurecido, um emaranhado. E era esse corpo infinito, expandido, atravessado. E
uma pergunta, lá de longe, insistia em acontecer: “Com quantas palavras se faz
um corpo?”.