segunda-feira, 8 de junho de 2015

Há em alguns dias um cansaço inevitável, quase como uma preguiça de viver. Uma morte, bem pequena e suave, se viesse não encontraria resistência. No meu corpo eu criaria o necessário para morrer no que fosse inevitável e para extravasar o que em mim não se movesse. Nesses dias de cansaço inevitável cada passo é de uma força tão cruel que a vida se abstém das suas marcas e multiplica em fragmentos tudo aquilo que não vem. De cada letra puxo o fio que lhe dá forma e, lentamente, não consigo mais me ler. A morte, então, não me parece o fim de nada e diante dela já não posso me abster. Meu corpo encontra um prazer esquivo e inaceitável na imobilidade em que o teto se contém. É nesses dias que me perco sem ter volta... e quando volto não sou mais eu, não sou ninguém.

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