terça-feira, 19 de agosto de 2014

Nunca entenderam minha solidão. Julgaram com frieza a minha distância necessária e concluíram que eu era indiferente. Nunca entendi minha solidão. Julguei, precipitada, que precisava de espaço e de tempo quando tudo em mim se desmanchava. Eu nunca soube como fazer para falar. Era preciso um pouco mais de ar e de coragem. Encontrei nos muros, nas paredes e nos tetos a poesia necessária e escondida. Derrubei o que era de concreto para poder criar uma outra ordem. E eu me vi delineando palavras sem sentido. Nessa outra ordem que criei não havia coerência e, devagar, eu percebi que nem sequer ordem havia. E de repente a solidão se transformava em outra coisa.  

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