Outra noite de ardência e solidão quieta. É importante sentir a presença
que se opera em um dia em que o mundo faz silêncio. Eu sozinha admito que o
calor é indispensável, mas advogo sem ressalvas que é preciso vez em quando se
esfriar. É preciso ser capaz de se envolver suavemente com os próprios
pensamentos, sem buscar a intercessão de alguém ou de alguma coisa que lhe
interrompa ou lhe absolva de sua criação. Todo dia acredito que eu sou-me
responsável e, por consequência disso, eu me responsabilizo por aquilo que
acredito. Apesar das minhas crenças e inteiramente nelas me permito duvidar e
ser sozinha, eu me permito me afastar quando me sinto impossível e assumo as
consequências da distância que transmito.
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